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Demissão silenciosa: quando o vínculo se rompe sem aviso

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O que é a demissão silenciosa?

Demissão silenciosa, ou quiet quitting, é quando o profissional permanece na empresa, mas reduz seu envolvimento ao mínimo necessário. Não participa de projetos voluntários, não se envolve com a cultura organizacional e evita qualquer esforço extra. Na prática, o colaborador ainda está ali, mas sua motivação com o trabalho, não.

Esse comportamento nem sempre é explícito. A pessoa pode continuar entregando resultados, sendo pontual e educada. Mas aos poucos, a proatividade desaparece, as ideias deixam de surgir e a energia no ambiente diminui. A entrega técnica continua, mas o engajamento emocional se esgota.

Por que isso acontece?

Geralmente, a demissão silenciosa surge como resposta a um ambiente que não escuta, não reconhece e não evolui. Quando o profissional sente que não é valorizado, que não tem perspectiva de crescimento ou que suas ideias não são levadas em consideração, ele começa a se desligar, não fisicamente, mas emocionalmente.

Fatores como excesso de trabalho, liderança autoritária, falta de comunicação clara e cultura organizacional tóxica também contribuem. Em muitos casos, é uma forma de autoproteção: o colaborador não quer deixar o emprego, mas também não se sente mais pertencente.

E quando é a empresa que demite em silêncio?

O outro lado desse fenômeno é o quiet firing, ou demissão silenciosa por parte da organização. Acontece quando a empresa, em vez de demitir um colaborador diretamente, começa a torná-lo invisível: tira projetos importantes, reduz a autonomia, exclui da tomada de decisão ou deixa de oferecer oportunidades de crescimento. Aos poucos, o profissional se sente empurrado para fora, como se a empresa estivesse esperando que ele peça demissão.

Esse tipo de atitude é extremamente danoso. Além de desgastar o profissional emocionalmente, enfraquece a cultura interna e prejudica a confiança nas lideranças. Um time que assiste a esse tipo de afastamento silencioso tende a se proteger e se calar, o que alimenta ainda mais ciclos de quiet quitting.

Como reverter o ciclo?

O primeiro passo é a escuta ativa. Líderes precisam estar atentos aos sinais sutis: a queda de energia, o distanciamento, a falta de participação. E, mais do que isso, precisam criar espaços seguros para conversas verdadeiras. Um bom feedback, um reconhecimento genuíno, um plano de desenvolvimento claro — tudo isso são formas de resgatar o vínculo entre a pessoa e a empresa.

Para os colaboradores, é essencial entender que a demissão silenciosa pode ser um sintoma, mas não precisa ser o desfecho. Buscar diálogo, expressar frustrações e alinhar expectativas podem trazer mudanças importantes ou, ao menos, esclarecer que talvez seja hora de buscar novos caminhos.

Conclusão

A saída de um profissional começa muito antes da assinatura da rescisão. Começa nos silêncios, nos afastamentos sutis, na falta de sentido. Quiet quitting e quiet firing são dois lados da mesma moeda: uma desconexão entre pessoas e propósito.

Se o seu time está se despedindo sem avisar, talvez seja hora de parar, escutar e reconstruir os vínculos antes que o silêncio se transforme em ausência definitiva.

 

Referências:

https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=5069849; https://hdl.handle.net/1822/93095; https://doi.org/10.26537/iirh.vi11.5200


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