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Férias, mas nem tanto: por que é tão difícil se desconectar do trabalho?

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Férias, mas nem tanto: por que é tão difícil se desconectar do trabalho?


Já ouviu falar em FOSO? É a sigla para Fear of Switching Off, ou “medo de se desligar”. E, por incrível que pareça, ela define a realidade de muitos profissionais que, mesmo nas tão sonhadas férias, não conseguem largar o celular ou deixar o trabalho de lado.

Uma pesquisa da Priority Pass, realizada pela Dynata em 13 países, mostra que, mesmo de férias, muitas pessoas continuam plugadas no trabalho – seja para responder mensagens, participar de reuniões ou resolver pendências à distância. E esse comportamento, cada vez mais comum, traz impactos preocupantes para a saúde e a produtividade.


No Brasil, 61% dos trabalhadores admitem ficar mais ansiosos e estressados ao tentar se desconectar do trabalho. Em vez de relaxar, passam as férias presos a e-mails, mensagens e até video chamadas.

 

Por que temos medo de nos desligar?


Esse "medo de desconectar" é uma herança direta da pandemia, quando a linha entre vida pessoal e profissional ficou nebulosa. Trabalhar durante as refeições, esticar o expediente até tarde e resolver tarefas no fim de semana tornou-se rotina para muitos. Com isso, o cérebro passou a associar descanso à culpa, gerando desconforto ao tentar se desconectar.

Para alguns, como empreendedores, o cenário é ainda mais desafiador. Cerca de 41% dos empreendedores admitem que é "praticamente impossível" se afastar do trabalho por mais de meia hora.


O preço de não desconectar


Manter-se sempre ligado ao trabalho pode parecer inofensivo, mas os efeitos a longo prazo são desastrosos. Burnout, ansiedade, insônia e até depressão são apenas alguns dos resultados do excesso de trabalho. Além disso, profissionais que não descansam o suficiente perdem criatividade, produtividade e motivação.

Sem pausas reais, o estresse se acumula, afetando não só a saúde física e mental, mas também a qualidade do trabalho. Como dizem: quem nunca para acaba funcionando pior.


Gestores: o exemplo começa no topo


Para criar uma cultura de descanso saudável, o papel da liderança é essencial. Quando gestores se desconectam nas férias, passam uma mensagem clara para os times: é permitido descansar. Além disso, deixar expectativas bem definidas antes das férias ajuda os colaboradores a se sentirem seguros para realmente desconectar.

E o benefício vai além: empresas que promovem o bem-estar são mais atraentes para talentos e melhoram sua retenção. Afinal, quem não quer trabalhar onde se valoriza o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal?



Quanto tempo é suficiente?


A pesquisa revelou que 20% dos brasileiros acreditam que precisam de 3 a 4 semanas para se sentirem totalmente relaxados. Já para estrangeiros, duas semanas são suficientes. Contudo, a duração do descanso importa menos do que sua qualidade. Levar notebooks para a viagem ou participar de videochamadas nas férias (como fazem 41% dos entrevistados) pode arruinar qualquer tentativa de relaxar.


O futuro exige uma mudança


Empresas e profissionais precisam repensar essa relação com o trabalho. Estabelecer limites claros e cultivar períodos de desconexão são fundamentais para a saúde e a produtividade. Porque, no fim, não há criatividade, energia ou motivação que resistam ao desgaste de estar sempre conectado.


Então, antes de sair de férias, lembre-se: desconectar não é luxo – é necessidade.

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